terça-feira, 27 de julho de 2010

Sobremesas e a Travessia



meus caros seguidores, esta é a prova de que todo almoço regado a vinho, cordeiro e AR15 tem de ser acompanhado de uma boa sobremesa. não só pelo aspecto de boa cozinha. mas - principalmente - também para manter seus hospedes longe de ideias perigosas como a de atravessar a nado os 200 metros que separam minha casa da ilha em frente.



teve turamisu da audrey e petit gateau de doce de leite meu, mas nada impediu o rico de ir nadando, para desespero nosso e de sua amada, ate a ilha.



mas no final deu tudo certo, e só sobrou foto dele vestido com um short minimo meu, que eu, em apreço a minimos padrões de bom gosto, deixarei de postar. então, com fotos do novo nativo da ilha do ribeirão selvagem, me despeço das terras curdas, e dos seus cordeiros.

Kabuli Palau (vulgo Kabuli Palow)



pois bem, almoço de familia no domingo rolou um Qabuli Palau (vulgo Kabuli Palow), cordeiro afegão, prato tipico do afeganistão. começa no dia anterior, quando uma perna enorme de carneiro é envolvida em alho, e uma mistura macerada de cominho e cardamomo. eis ai o gabo na labuta talibã! (claro que o cordeiro já foi apelidado de osama)



depois se deixa tres horas no fogo baixo, ate que a carne do carneiro seja facilmente desfiada em pedaços grandes. antes rolam entradinhas caóticas como guacamole (com meu ultimo abacate) e salada caprese.



então, desfiado o carneiro se faz um arroz basmati com o caldo que sobrou do cozimento. quando o arroz ainda estiver al dente se mistura ao carneiro, rodelas de cenoura ja cozidas, passas e damasco. mais 20 minutos de forno.



quem disse que para ser talibã se perde o lado bon vivant? esta é a prova de que mesmo no deserto acompanhados de fuzis AK-47 ainda se pode comer o melhor cordeiro com cardamomo do mundo! e da-lhe paz perpétua...

Ribs on the Barbie



bem, na sequencia da semana uma costeleta de leitão classica da cozinha australiana rede outback, a ribs on the barbie, que é feita com costeletas, molho berbecue, que eu fiz acompanhar de batatas ao forno com gorgonzola. faltou o pão preto, mas eu sou uma dona de casa que trabalha fora, sorry...nem tudo rola em 30 minutos.


Ostras Selvagens do Ribeirão



sim, as ostras sempre são uma pedida garantida na cozinha aqui de casa. seu alvim, senhor de oitenta anos - vizinho aqui de frente - as fornece frescas. e para meu hospede espinoziano, gabo, fiz as de sempre: gorgonzola com manjericão e duas pimentas na manteiga. e uma nova: brie com damasco que não teve muita saida...haja imanência!


domingo, 18 de julho de 2010

Namoricos de Domingo



hum... cheiro de pão na casa!



domingo. chuvinha. mais chuvinha. bom para namorar. bom para juntar açucar, farinha numa receita boa de pão de aipim que só a carla tem. segue ai escrita pela propria.



"Querida,

O pão de aipim não tem receita exata, faço ‘de olho’, o importante é dar o ponto de pão que desgruda das mãos, mas é uma massa ainda macia. O pulo do gato desta receita é usar a água de cozimento do aipim.

Cozinha algumas raízes de aipim até ficarem bem macias. Deixa esfriar um pouco (não escorre a água).

Numa bacia grande, ou na bancada, coloca uns dois terços do pacote de farinha (de um quilo), coloca um envelope de fermento e duas colheres de açúcar (o açucar é importante para ativar o fermento que faz crescer o pão). Mistura, faz um buraco no meio.

Coloca no liquidificador mais ou menos uma xícara da água do aipim e duas do aipim (se esfriar totalmente, aqueça um pouco até amornar, pois o calor faz crescer o pão, ainda mais no inverno; mas não deixe muito quente, o calor excessivo mata o fermento), um ovo, mais ou menos duas colheres de gordura (banha, manteiga ou margarina), uma pitada de sal.

Bate e despeja esse creme no meio da farinha. Vai juntando e sovando bem (aproveita aqui as aulas de musculação rsrs). Regula o ponto juntando mais farinha ou mais água. Prova o tempero, antes de dar por finalizada.

Unta uma bacia grande, coloca a massa, gira na tigela (para untar dos dois lados). Cobre com plástico e depois com uma toalha, ou até um cobertor se estiver muito frio.

Deixa crescer por umas duas horas, até chegar ao dobro do tamanho. Nesse ponto, unte a forma de assar, baixe a massa (tirando da bacia e apertando) e formate o pão. Pode ser tipo bolo inglês, trança, redondos, como preferir. Coloque na forma e deixe crescer de novo, mais uma hora. Pré-aqueça o forno e coloque para assar em forno médio. Se quiser, antes de levar ao forno, passe gemas ou café na superfície do pão, para dar uma cor bonita ao assar.

Quando estiver com a superfície assada, e o som ao bater-se com o nó dos dedos embaixo da forma for oco, está pronto o pão.

Boa sorte no pão e em tudo o mais neste findi!

Carla"



meu pão sempre fica selvagem, e nem foi pq eu esqueci o ovo... mas com geleia de amora... e quentinho...



então!? vamos namorar?

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Gourmet Selvagem no Oeste



concordia. amiga cris. um jantar nos meus anfitriões com a cozinha thailandesa. kao pad goong subparrod ou simplesmente arroz frito no abacaxi: 500gr de camarão, oleo, gengibre ralado, temperos verdes, pimenta, vagem, pimentão vermelho, fritos, acompanhados de abacaxi e arroz aromatico oriental (jasmine ou tio joão). frite o camarão. reserve. depois frite os vegetais. misture tudo. sirva no abacaxi. detalhe da pimenta que deve ser cortada em quatro e colocada na agua gelada para se abrir em flor. sorry. a nossa não abriu. devemos ser pessoas diferentes do resto da humanidade...



a sobremesa é o petit gateau de doce de leite do restaurante carlota, que há mil anos fiz para o casal vinte - cris e nosso marido ale- numa das visitas a poa e se tornou a prata da casa. para o ale receita dupla: 400gr de doce de leite, 200gr de manteiga, 4 ovos e 4 gemas, 120 gr de açucar e 80 de farinha de trigo. fruë e forno quentissimo. voilá.

sábado, 3 de julho de 2010

Ich Möchte ein Schokolade



ich liebe dich schokolade!



chocolate nos argentinos. chocolate para comemorar. vamos revirar os livros antigos dos von bauer. lá uma floresta negra: morango com chocolate derretido. dois pedaços de lindt, duas colheres de creme de leite, dez segundo de microondas potencia baixa (o chocolate sempre é um ente delicado, não se esqueçam...)



guten appetit und aufiderzin.

Fußball



brasil eliminado. mas para quem tem cidadania alema tambem, mais um jogo hoje. ai o que fazer? quem sabe uma invenção da cozinha germano-açoriana: toda eficacia alemã com a modorra portuguesa!



me vem a mente as caçadas. eu a unica menina. será que caçar será o segredo da alma alemã também em campo?



ligo a teve, já um a zero alemanha. o que cozinhar? olho maradona emputecido. pronto. daí veio a inspiração: um putchero (receita tradicional dos hermanos) mas com ingredientes de çaça alemães: pato ou marreco, linguiça, temperos, vagem, pinhão, caldo de frango. finalizado com quibebe bem açoriano. um toque de vinho branco e klose a panela!



no meio troquei o vinho alentejano pela cerveja. me lembrei de quando se fazia cerveja artersanal em casa e a gente acordava na madrugada com as garrafas estourando...quatro a zero! Seleção de Joachim Löw merece o post de hoje.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Parallaxe



todo mundo me pede o segredo do meu arroz de pato, este prato ingrato da culinaria açoriano-germanica que fica, ou divino, ou meramente tragavel.



pois bem, é pato dormido, descansado de sua cozidura, tempero verde pimenta e arroz. tá. o arroz pode ser o asiatico que combina melhor com sabores. mas é simples assim. lamento.



um gourmet selvagem, assim como o astronomo selvagem, há que atentar para o ensinamento da paralaxe, anos medindo, desde os gregos até o advento do eclipse de 1889, para se chegar a centimetros que não farão diferença. então. abandonem-se. pato, temperos e arroz, que se misturam por si mesmos. este é o segredo.