quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Madeleines e o descarado Plágio Literário e Gastronômico deste Gourmet Selvagem

"Il y avait déjà bien des années que, de Combray, tout ce qui n’était pas le théâtre et le drame de mon coucher n’existait plus pour moi, quand un jour d’hiver, comme je rentrais à la maison, ma mère, voyant que j’avais froid, me proposa de me faire prendre, contre mon habitude, un peu de thé. Je refusai d’abord et, je ne sais pourquoi, me ravisai. Elle envoya chercher un de ces gâteaux courts et dodus appelés Petites Madeleines qui semblaient avoir été moulées dans la valve rainurée d’une coquille de Saint-Jacques. Et bientôt, machinalement, accablé par la morne journée et la perspective d’un triste lendemain, je portai à mes lèvres une cuillerée du thé où j’avais laissé s’amollir un morceau de madeleine. Mais à l’instant même où la gorgée mêlée des miettes du gâteau toucha mon palais, je tressaillis, attentif à ce qui se passait d’extraordinaire en moi. Un plaisir délicieux m’avait envahi, isolé, sans la notion de sa cause. Il m’avait aussitôt rendu les vicissitudes de la vie indifférentes, ses désastres inoffensifs, sa brièveté illusoire, de la même façon qu’opère l’amour, en me remplissant d’une essence précieuse: ou plutôt cette essence n’était pas en moi, elle était moi. J’avais cessé de me sentir médiocre, contingent, mortel. D’où avait pu me venir cette puissante joie ? Je sentais qu’elle était liée au goût du thé et du gâteau, mais qu’elle le dépassait infiniment, ne devait pas être de même nature. D’où venait-elle ? Que signifiait-elle ? Où l’appréhender ? Je bois une seconde gorgée où je ne trouve rien de plus que dans la première, une troisième qui m’apporte un peu moins que la seconde. Il est temps que je m’arrête, la vertu du breuvage semble diminuer. Il est clair que la vérité que je cherche n’est pas en lui, mais en moi. Il l’y a éveillée, mais ne la connaît pas, et ne peut que répéter indéfiniment, avec de moins en moins de force, ce même témoignage que je ne sais pas interpréter et que je veux au moins pouvoir lui redemander et retrouver intact, à ma disposition, tout à l’heure, pour un éclaircissement décisif. Je pose la tasse et me tourne vers mon esprit. C’est à lui de trouver la vérité. Mais comment ? Grave incertitude, toutes les fois que l’esprit se sent dépassé par lui-même ; quand lui, le chercheur, est tout ensemble le pays obscur où il doit chercher et où tout son bagage ne lui sera de rien. Chercher ? pas seulement : créer. Il est en face de quelque chose qui n’est pas encore et que seul il peut réaliser, puis faire entrer dans sa lumière." (Marcel Proust, Em busca do tempo perdido)




Eis que a minha amiga Lilica (www.lilicagourmet.blogspot.com) posta as mais lindas e poeticas madeleines. Não pude deixar de devorar o conteúdo e replicar aqui, como um bom gourmet selvagem:

Ingredientes
1 colher de café de mel
210 g de farinha
170 g de açúcar
1 sachet de açucar de baunilha (troquei por raspas de limão, em homenagem a minha gripe :))
170 g de manteiga derretida
3 ovos
1 pacote de fermento químico

Modo de preparo

Quebrar os ovos em uma tigela, adicionar o açúcar, o aromatizante e o mel. Misturar bem com um fouet. Peneirar a farinha com o fermento e juntar à mistura. Deixar descansar durante uma hora, depois juntar a manteiga derretida. Misturar para obter uma pasta bem lisa. Untar as forminhas para madeleine com manteiga, polvilhar com farinha, despejar a massa e levar ao forno a 200 graus por 12 minutos.
Como usei forminhas de madeleine bem pequenas, deixei somente oito minutos no forno. Fiz somente metade da massa, e rendeu 20 minimadeleines, mais seis madeleines de tamanho normal.




Gosto muito de um livro do Deleuze chamado "Proust e os Signos", que também roubei do meu professor Clóvis, em que o filósofo traça a excepcional condição do livro citado como mito e de porque o amor é o mais importante dos sentimentos que o homem pode vivenciar: "A própria memória implica a estranha contradição entre a sobrevivência e o nada"...daí concluo que todos os seres que amam com profundidade só podem com igual profundidade cozinhar, porque o momento que partilhamos com os seres amados são únicos...porque cada comida e cada amor repetido é valioso: "Um amor medíocre vale mais do que uma grande amizade: porque o amor é rico em signos e se nutre de interpretação silenciosa"...e porque depois disso só restarão os hieróglifos no tempo...perdido.

(extraídos dos debates metafísicos que ando tendo com minha amiga pelo face!)

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012



Hummmmm. meu amigo MF cozinhou bacalhau com postas dessalgadas e congeladas. Ele deu uma quebrada no gelo no microondas e terminou a cocção com oleo bem quente em uma frigideira. A parte cebolas, pimentões e alecrim com tomates colocados logo após retirar as postas na mesma base de óleo já utilizada. Acampanhou batatas cozidas no micro tb e finalizadas (na mesma panela) e servidas com vinho rosé suave ma no troppo.



Eu adoro fotografar a comida que ele faz, este meu amigo é realmente um virtuose na cozinha. Sorte a minha!

Buthanese Food



Ainda as andanças asiáticas, percorri com a amiga Mauren (foto) vários campos de arroz, prato que não sou muito fã. Mas devo confessar. O arroz jasmim me cativou: fácil, aromático, levíssimo.



No butão também comi o prato típico: batatas com pimenta, pois a maioria dos butaneses é vegetariano. O outro prato típico, seria uma variação de carne seca com pimenta. Não posto a receita porque creio, sinceramente, que não agradará o paladar ocidental. Para ter idéia, foi impossivel comer o prato, e olha que quem me conhece sabe que eu curto uma pimentinha.Aliás, não há telhado butanês que não tenha sua pimentinha secando...



Mais receitas na chef cujo livro Bhutanese Food comprei: http://thinley.tripod.com/recipe/Carnivore.html
http://asiarecipe.com/bhutan.html



As sopinhas que acompanham os pratos são muito leves e feitas basicamente de creme de leite, salvaram este almoço.